Nesta segunda-feira (20), Donald Trump tomou posse para seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos em uma cerimônia no Capitólio. Com um discurso de cerca de 30 minutos, o republicano, agora novamente à frente do país, apresentou um tom confiante, afirmando que foi "salvo por Deus" para liderar a nação e prometendo inaugurar uma "era de ouro" para os americanos.
Trump não perdeu tempo em lançar críticas diretas à administração anterior, liderada por Joe Biden, a quem culpou pelo "declínio" do país. Já no início, ele cravou: “A era de ouro dos Estados Unidos começa hoje”. Mas será que começa mesmo? A promessa de prosperidade soa animadora, mas sabemos que transformar palavras em ações é um longo caminho – e Trump terá pela frente uma nação dividida.
O presidente também exaltou sua vitória, declarando: “Nossa vitória mostrou que um país se unifica.” Unifica? Até pode ser, mas a polarização continua sendo o maior desafio para quem assume o comando da Casa Branca.
Entre as promessas mais marcantes do discurso, destaquei algumas frases que merecem atenção:
"A era de ouro dos estados unidos começa hoje."
Trump afirmou que o país entrará em uma fase de prosperidade e crescimento sem precedentes.
“Nossa vitória mostrou que um país se unifica.”
Segundo o presidente, este é o aval para que possa tomar decisões e todos os americanos, à partir disso, irão aplaudir de pé avalizando como eleito.
“Vou declarar emergência nacional na fronteira.”
Trump deixou claro que vai retomar sua agenda de combate à imigração ilegal, prometendo medidas duras na fronteira sul. Isso inclui classificar os cartéis mexicanos como organizações terroristas. Essa abordagem, no entanto, já gerou controvérsias no passado e não deve ser diferente agora.
“Como chefe, devo proteger o país contra ameaças, e é isso que eu vou fazer.”
Aqui, o presidente reafirma sua postura de líder forte, mas sem especificar quais medidas práticas serão implementadas. Falar em proteger o país é importante, mas os desafios são inúmeros – da segurança cibernética às relações internacionais.
“Os EUA será o país da manufatura, teremos maior quantidade possível de petróleo e gás. Vamos continuar perfurando petróleo.”
Trump promete priorizar a produção doméstica, especialmente no setor de energia. A promessa de transformar os EUA no maior polo industrial é ousada, mas vem com um preço: o impacto ambiental e a pressão global por políticas mais sustentáveis.
“Vamos taxar os países estrangeiros para que nossos cidadãos sejam mais ricos.”
Esse discurso nacionalista é um clássico de Trump, mas é também uma faca de dois gumes. Tarifas comerciais podem proteger a indústria local, mas também têm o potencial de desencadear retaliações internacionais.
“Vou impedir qualquer forma de censura.”
Trump aproveitou o momento para alfinetar as big techs, com quem tem uma relação no mínimo complicada. Se ele vai realmente enfrentar as grandes plataformas digitais, é algo que o mercado e o público vão acompanhar de perto.
“Vou reconstruir a maior força armada do mundo.”
Investir em defesa é uma promessa que sempre agrada a ala conservadora, mas é preciso equilíbrio para evitar exageros nos gastos públicos.
“Vamos recuperar nosso Canal do Panamá.”
Aqui, a promessa é tão ambiciosa quanto controversa. O controle do Canal do Panamá foi transferido ao governo panamenho em 1999. Recuperar essa posição exigiria uma diplomacia robusta – e talvez até mais que isso.
“Vamos plantar nossa bandeira em Marte.”
Trump resgatou sua velha ambição de conquistar o espaço. Colocar uma bandeira americana em Marte é uma promessa grandiosa, mas sabemos que missões espaciais demandam décadas de planejamento e investimentos astronômicos.
Apesar do discurso inflamado e da agenda ambiciosa, Trump começa seu segundo mandato em um cenário de desafios internos e internacionais. O incêndio na Flórida é o primeiro deles. Será que essa prometida “era de ouro” vai realmente brilhar, ou teremos mais um capítulo somente de divisões e polêmicas nos EUA?