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Cercado de CEOs em sua posse, Trump quer ser CEO do mundo

Declarações ofensivos e polêmicas sobre imigração, economia e defesa nacional marcaram o discurso de posse

Bruno Cardial
Por: Bruno Cardial
20/01/2025 às 17h38 Atualizada em 11/02/2025 às 22h01
Cercado de CEOs em sua posse, Trump quer ser CEO do mundo
Donald Trump em juramento

Em mais um histórico 20 de janeiro, Donald Trump é empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, cercado por uma plateia que parecia mais um conselho de administração global do que uma cerimônia política tradicional.

Entre os convidados de destaque estavam os gigantes das big techs: Jeff Bezos, da Amazon; Sundar Pichai, do Google; Elon Musk, da SpaceX, X e Tesla; e Shou Zi Chew, do TikTok. A presença desses pesos pesados da tecnologia deixou claro que Trump quer levar sua visão empresarial para além das fronteiras americanas, como se fosse o CEO de um conglomerado chamado "Planeta Terra".

Trump aproveitou o palco para reafirmar sua visão de liderança audaciosa, com declarações e promessas que pareciam tiradas de um pitch para investidores. "A era de ouro dos Estados Unidos começa hoje", disse ele, anunciando uma série de medidas que, segundo ele, irão transformar os EUA no maior "negócio" global. Ele prometeu transformar o país em líder de manufatura, expandir a produção de petróleo e gás, e implementar tarifas que "deixem os cidadãos mais ricos", como se estivesse equilibrando um gigantesco balanço financeiro nacional.

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  • “Os EUA serão o país da manufatura. Teremos a maior quantidade possível de petróleo e gás. Vamos continuar perfurando petróleo.”
  • “Vamos taxar os países estrangeiros para que nossos cidadãos sejam mais ricos.”
  • “Vamos plantar nossa bandeira em Marte.”

Sim, até Marte entrou na pauta. Trump quer liderar a corrida espacial como se fosse uma expansão de mercado e quer fincar a bandeira americana no planeta vizinho. Sobre a Terra, ele falou novamente em "recuperar o canal do Panamá", numa espécie de rebranding de políticas imperialistas do século passado.

O público, composto por cerca de 800 convidados, incluía figuras políticas de peso, como os ex-presidentes Joe Biden, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, além de líderes internacionais como Han Zheng, da China, e Javier Milei, da Argentina. Mas a presença dos CEOs roubou a cena e simbolizou o casamento entre a política de Trump e o setor privado da tecnologia mundial.

Seu discurso também foi carregado de críticas. Ele não poupou Joe Biden, que estava presente, e voltou a afirmar que a eleição de 2020 foi "roubada". "Foi uma eleição roubada. Sabe a única coisa boa sobre isso? Mostrou o quão ruins eles são, mostrou o quão incompetentes."

Trump prometeu uma gestão que priorize segurança e economia, mas suas declarações sobre imigração e censura indicam um futuro polêmico. Ele afirmou: “O chefe de Estado deve proteger o país contra ameaças, e é isso que eu vou fazer.” Sua retórica deixa claro que ele vê os Estados Unidos como uma empresa que precisa de cortes, ajustes e expansão agressiva.

Um CEO do mundo?
Trump claramente quer moldar seu legado como um líder que não apenas governa, mas “administra” o planeta. Ao prometer políticas protecionistas, expansão militar e até controle de infraestrutura internacional como a enorme ilha da Groenlândia, ele reforça a ideia de que sua visão vai além do tradicional papel presidencial.

No entanto, a presença dos CEOs na cerimônia levanta questões. Estariam eles ali para apoiar as ideias de Trump ou para garantir que seus interesses empresariais sejam bem cuidados nos próximos quatro anos? A política e o mercado se entrelaçam mais do que nunca, e, no mundo de Trump, parece que o objetivo final é que os Estados Unidos sejam uma corporação global — com ele no comando.

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