Bilhões rodando solto, influenciadores enchendo os bolsos e trabalhador pagando com Bolsa Família, este é o cenário do Brasil com as apostas online que tomaram conta do país de um jeito absurdo. "Foguetinho", "tigrinho" e outras jogatinas viraram febre, graças a influenciadores bombando links e a um mercado que cresce sem freio. O que parecia só uma modinha passageira se revelou um verdadeiro poço sem fundo de dinheiro, e adivinha? O Brasil já lidera o ranking mundial de apostas!
Os números são chocantes. Só nos primeiros oito meses de 2024, 24 milhões de brasileiros despejaram, em média, R$ 20,8 bilhões por mês nas bets — e isso contando apenas as transações via Pix! O Brasil, que já havia liderado o ranking global em 2022 com 113,9 milhões de apostas registradas (deixando os Estados Unidos no chinelo com "apenas" 77,9 milhões), segue firme no topo desse mercado bilionário.
E o pior: até grana do Bolsa Família está indo parar nessas plataformas. Dos R$ 14,1 bilhões pagos mensalmente pelo programa, R$ 3 bilhões foram transferidos direto para os sites de apostas. Sim, dinheiro público, que deveria garantir comida na mesa, está virando ficha de cassino virtual.
As apostas invadiram geral. Futebol, TV, internet… tá impossível escapar delas. A Betano, por exemplo, pagou entre R$ 70 e R$ 80 milhões pra botar seu nome na Série A do Brasileirão. Os clubes também não ficam pra trás: o Flamengo meteu R$ 105 milhões no bolso com a Pixbet em 2024, e o Corinthians chegou a fechar um contrato de R$ 120 milhões com a VaideBet — até rescindir depois de umas tretas suspeitas.
Mas quem realmente move essa engrenagem? Os influenciadores. Esses caras vendem a ideia de que qualquer um pode "ficar rico" apostando. E enquanto seus seguidores quebram a cara, eles faturam pesado.
Aí a coisa fica ainda mais absurda. Virginia Fonseca, uma das maiores influenciadoras do país, assinou um contrato com a Esportes da Sorte onde ela ganha 30% de tudo o que seus seguidores perdem nas apostas feitas pelo link dela. Sim, se um seguidor dela perde R$ 100, ela embolsa R$ 30. E olha que ela tem mais de 52 milhões de seguidores no Instagram. No primeiro anúncio que fez para a plataforma, em janeiro de 2023, conseguiu arrastar 120 mil novos apostadores. Depois, trocou de empresa e assinou um contrato de R$ 29 milhões por ano com a Blaze. Preciso dizer mais alguma coisa?
Agora que as apostas foram regulamentadas, as empresas vão precisar pagar impostos e se adequar a regras mais rígidas. Ou seja, o dinheiro fácil que corria solto deve diminuir, porém a regulamentação nada mais é que o Governo também retirando uma fatia desa grana. Quando todo mundo ganha, só quem perde é o trabalhoador.