Um projeto que todo mundo conhece, todo mundo comenta, todo mundo espera… e que nunca sai. No Eli Vive I e II, esse projeto tinha nome, endereço e CEP: a construção das casas prometidas há mais de 10 anos. Ou mais. Uma década inteira de promessas, reuniões, fotos, discursos... e nada.
Até agora.
Essa semana, Londrina testemunhou um daqueles raros momentos em que a burocracia perde para a vontade coletiva. A prefeitura, junto com a COHAB Londrina, Caixa Econômica Federal e entidades de moradia, finalmente assinou a tão esperada ordem de serviço para a construção de 70 casas populares nos assentamentos Eli Vive I e II.
A assinatura rolou no próprio assentamento, na Escola Municipal do Campo Trabalho e Saber, cercada por lideranças comunitárias, autoridades e muita esperança no olhar de quem já tinha perdido a conta de quantas vezes ouviu “agora vai”.
As obras fazem parte do programa Minha Casa, Minha Vida Rural e, segundo o roteiro oficial, devem ser concluídas em até 18 meses. Isso, claro, se não chover contrato, faltar material ou sumirem verbas no caminho, coisa que, todo mundo por aqui já aprendeu a temer.
O modelo do projeto é o que mais de 60% das famílias não vão pagar absolutamente nada pois são cadastradas no Cad Único. As outras, que ficaram fora dos critérios sociais, desembolsam uma taxa de R$ 750, quitada de uma vez.
Depois dessas primeiras 70, o plano é construir outras 97 casas, com o apoio da ADECOL e da União por Moradia Popular do Paraná, fechando a conta em 167 moradias. Uma transformação gigantesca pra quem, até pouco tempo atrás, era acampamento.
O assentamento Eli Vive fica no distrito de Lerroville, a 50 quilômetros de Londrina. Foi homologado em 19 de fevereiro de 2009, e hoje é a maior área de Reforma Agrária em região metropolitana do Brasil.
As casas, com cerca de 46 m², serão construídas nos terrenos já ocupados pelas famílias.