O famigerado projeto que autorizava secretários municipais cedidos pelo Estado ou União a acumular salários (resultando nos chamados supersalários) foi retirado de pauta e só deve voltar à tona em outubro.
Quem deu a notícia, com aquele tom diplomático que só a política tem, foi a vereadora Flávia Cabral, líder do Executivo na Câmara. Em entrevista à Rádio Paiquerê 91,7, Flávia confirmou o adiamento e, embora não tenha cravado se o parágrafo que trata especificamente do acúmulo de salários será removido do texto, deixou no ar a possibilidade.
Nos bastidores, rodaa conversa que o motivo do recuo é bem menos elegante: faltou voto. O projeto, que já era polêmico, não encontrou apoio suficiente entre os vereadores.
Agora, a conversa com a base terá que ser mais próxima, mais afinada. E eles têm até outubro pra tentar alinhar isso.
Mas não foi só falta de entrosamento político. O governo protocolou o pedido de urgência e, no mesmo dia, retirou o projeto. Resultado? Passou recibo de afobação, aquela clássica jogada sem planejamento que “fedeu” geral nos corredores do Legislativo. A pressão aumentou e, como era de se esperar, o PL foi engavetado… pelo menos por enquanto.
E tem mais: o Ministério Público recomendou à Prefeitura, em 2 de junho, por meio da 26ª Promotoria de Justiça, que: "Suspenda imediatamente o pagamento acumulado aos secretários municipais cedidos por outros entes [e...] solicite a devolução aos cofres públicos dos valores já pagos indevidamente."
Mas a Prefeitura respondeu que não vai acatar a recomendação. Ou seja, os pagamentos continuam, pelo menos até outubro.