Sinceramente, já deu. A conversa repetitiva entre a atual gestão da Prefeitura de Londrina e a administração passada virou uma espécie de novela sem fim, daquelas que a gente já sabe o desfecho, mas continuam reprisando os episódios.
De um lado, o atual prefeito Tiago Amaral insiste no discurso de que os problemas de hoje nasceram nos anos anteriores. Tudo é herança maldita. Todo buraco no orçamento, todo tropeço administrativo, todo problema de secretaria, tem uma digital do passado. Parece até alinhado com secretários que repetem a mesma frase de herança de problema.
Pode até ser que tenha (em partes, como tudo na vida). Mas vamos combinar: não dá pra passar quatro anos governando olhando pelo retrovisor.
Tiago já está na hora de assumir o volante de vez. Esquecer o antecessor e parar de usar a desculpa da “gestão anterior” como muleta. Quem assume a cadeira sabe que o desafio vem com o pacote completo: bônus e ônus.
E do outro lado, temos Marcelo Belinati, que parece ter dificuldade de se entender como ex. Fechando um semestre ainda age, fala e reage como ex-prefeito ou como se estivesse pronto pra voltar a qualquer momento.
Marcelo já está na hora de virar a chave. Se a ideia é seguir na política (e tudo indica que sim), assumir logo um novo caminho pode ser a melhor proposta. Seja como pré-candidato a deputado federal, governador, vice-governador ou qualquer outra posição no xadrez político. Sair da função fúnebre de ex-prefeito.
Ficar nesse embate público, nesse bate-boca institucionalizado, é desgastante pra todo mundo principalmente pra população, que espera ações práticas no presente e um futuro decente, não um tribunal político disfarçado de gestão pública.
O que a gente precisa ver é maturidade política. Porque, do jeito que está, parece que Londrina está parada no tempo, presa entre o que foi e o que deveria ter sido.
Sinal amarelo pra ambos. Tá na hora de virar a página.