Amanhã, sábado (31), a partir das 9h, o cenário político do PT paranaense vai ganhar um debate entre os quatro candidatos à presidência do diretório estadual, na Câmara de Vereadores de Guarapuava.
Um evento que, se não resolve nada de imediato, ao menos mostra que o Processo de Eleições Diretas (PED) do partido promete ser mais do que um simples protocolo.
Na mesa, quatro nomes de peso disputam o comando da sigla no estado: os deputados federais Zeca Dirceu e Tadeu Veneri, o deputado estadual e atual presidente Arilson Chiorato, e o professor Hermes Leão, ex-presidente da APP-Sindicato.
Cada um trazendo no bolso um projeto político diferente e até conflitante.
Zeca e Chiorato, por exemplo, são da mesma corrente interna do partido a CNB (Construindo um Novo Brasil), aquela historicamente ligada ao presidente Lula. Mas parece que a sintonia para por aí.
Enquanto Chiorato aposta na continuidade, com a conversa de fortalecimento institucional (mais do mesmo, só que com mais força), Zeca prefere mirar no interior do estado. Ele defende uma descentralização do diretório, talvez na tentativa de mostrar o discurso que existe PT além da capital.
Já Hermes Leão surge como o representante da corrente Democracia Socialista, com o velho e bom discurso de “raiz”, defendendo um PT mais ligado aos movimentos sociais e sindicatos. Ele critica a “institucionalização excessiva” algo que, para quem vive o dia a dia da política, soa como um recado direto para Brasília.
Por outro lado, Tadeu Veneri, da Mensagem ao Partido, tenta o equilíbrio: quer reforçar a formação política, ética e militante. Ou seja, uma base mais engajada e menos dependente de lideranças centralizadoras. Um discurso bonito, mas que precisa encontrar eco numa militância cansada de promessas.
O curioso é que, mesmo dentro da corrente hegemônica (a tal CNB), a disputa mostra uma rachadura. Dois candidatos, dois caminhos: um com foco na institucionalidade, outro apostando nas cidades do interior.
O PT, mais uma vez, fazendo jus à fama de casa onde todo mundo é da mesma família... mas ninguém almoça junto.
E o contexto nacional também pesa. A eleição para a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) está marcada para 6 de julho. O nome do ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, vem ganhando fôlego para assumir a presidência nacional do PT. Se isso se concretizar, os diretórios estaduais vão ter que, digamos, se alinhar, ou pelo menos tentar.
Ao todo são quatro nomes estão concorrendo à liderança do partido, representando diferentes correntes: Edinho Silva (CNB - Construindo um Novo Brasil), Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT) e Rui Falcão (Novo Rumo).
É o PT sendo o PT.