O Paraná resolveu dar um passo à frente quando o assunto é proteger a primeira infância. Nesta segunda-feira (26), o Governo do Estado anunciou o projeto Bebê ID, que vai coletar a biometria de todos os recém-nascidos nas maternidades públicas do Paraná.
A ideia é simples, mas poderosa: evitar sequestros, trocas de bebês (que ainda acontecem com certa frequência) e facilitar a identificação de crianças em caso de desaparecimento.
A novidade faz parte do programa Criança e Adolescente Protegidos, do Tribunal de Justiça do Paraná, e será implementada nas 77 maternidades públicas do Estado.
O projeto já passou por um test-drive no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, entre 2022 e 2024. O resultado foi mais de 5 mil digitais de mães e bebês coletadas. A tecnologia usada, desenvolvida pela empresa paranaense Infant.ID, promete uma captação rápida, segura e sem dor.
A coleta acontece antes mesmo da alta hospitalar, e os dados criptografados, conforme determina a LGPD, vão direto para o Instituto de Identificação do Paraná. E, sim, somente o poder público pode usar essas informações.
O investimento para viabilizar esse avanço tecnológico é de R$ 2,8 milhões, vindos da Secretaria de Inovação e Inteligência Artificial. Com tantos casos de golpes, desaparecimentos e trocas de bebês nos últimos anos, é hora de colocar a tecnologia a favor da infância.
Crianças de até 5 anos, suas mães, estudantes da rede pública, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e até natimortos também fazem parte do mapeamento.
A desembargadora Lídia Maejima, presidente do TJPR, que tem um longo histórico de projetos nessa área, lembrou que a iniciativa começou ainda nos anos 1990, com o projeto Impressão Digital.
Com mais de 611 mil carteiras de identidade já emitidas com biometria infantil no Paraná, o Estado se firma como referência nacional em políticas públicas voltadas à infância. Um bom exemplo, inclusive, de como o Judiciário, o Executivo e a tecnologia podem andar juntos quando resolvem deixar as vaidades de lado.