Por volta das 14h30 desta quinta-feira, no meio da tarde, no famoso "ninguém vai notar", um grupo de 11 vereadores de Londrina decidiu protocolar um pedido de urgência na tramitação do Projeto de Lei Municipal nº 52. O tal projeto dos supersalários que permite acumular a forma de pagamento dos secretários municipais.
O pedido relâmpago foi assinada por nomes de diferentes partidos: Anne Ada, Marcelo Ogido e Marinho, do PL; Antônio Amaral e Giovani Mattos, do PSD; Sidnei Matias, do Avante; Chavão e o presidente da Câmara, Emanoel Gomes, do Republicanos; Valdir do Santa Fé; e a líder do prefeito, vereadora Flávia Cabral, do PP. Deivid Wisley (Republicanos) estava na lista, foi o últmo a responder o pedido, mas recusou assinar.
Segundo o texto do pedido de urgencia, a justificativa é que permitir que servidores ocupem cargos comissionados com até 90% do salário integral traria “meritocracia” à gestão pública. Na visão deles, isso deixaria Londrina alinhada com modelos de gestão pública “mais modernos, flexíveis e sustentáveis”.
Só que aí aconteceu o imprevisto (ou seria o previsto?): o documento nem chegou a ser votado. No finalzinho da sessão, horas depois do protocolo, a própria líder do prefeito pediu a retirada do pedido.
E o pedido de retirada? Foi aceito, claro, por todos os envolvidos. Não se fala mais nisso? Fala sim...
Mesmo com validade relâmpago, o pedido pegou mal. O Observatório de Gestão Pública de Londrina emitiu nota oficial criticando o movimento. O recado foi direto: lamentaram a tentativa de acelerar o processo sem abrir espaço para discussão. E olha que eles tinham enviado uma carta à Câmara pedindo que o projeto fosse revisto, mas ninguém leu. Isso mesmo, nem sequer foi lida em plenário.
Por enquanto, o Projeto de Lei nº 52 segue sua vida normal, tramitando como qualquer outro, agora aguardando parecer das comissões. Pelo menos até alguém resolver, de novo, que tudo precisa andar "com mais agilidade".
Clique aqui para ver o documento "requerimento de urgência.pdf"