O presidente nacional do PDT e então ministro da Previdência Social entregou o cargo nesta quinta-feira (2), pressionado por um escândalo no INSS que explodiu como bomba-relógio no colo do governo. Mas o mais curioso dessa história toda? O PDT continua lá, firme e forte, de olho no INSS, como se nada tivesse acontecido. Troca-se o figurino, mas o palco segue o mesmo.
Lupi caiu, mas não foi exatamente derrubado. Oficialmente, ele pediu demissão, aquele famoso “a pedido do ministro”, que no dicionário de Brasília pode ser traduzido como “pressionado até o fim”. A confusão veio à tona depois que o governo anunciou um pente-fino nos descontos de aposentadorias e pensões. Encontraram fraudes grossas e, com isso, a pressão caiu sobre quem estava no comando. Mesmo sem ser citado diretamente nas investigações, Lupi virou alvo preferido de políticos, imprensa e até de aliados. Daí, não teve muito o que fazer.
Mas, vejam só que conveniente: quem assume o Ministério da Previdência é Wolney Queiroz, também do PDT, ex-deputado por Pernambuco e braço-direito de Lupi no ministério. A nomeação de Wolney saiu numa edição extra do Diário Oficial da União, naquele estilo “urgente, mas não muito”.
Sim, o PDT diz que está “reavaliando seu apoio” ao governo porque, segundo seus parlamentares, Lupi foi “maltratado”. Maltratado, mas nem tanto, já que deixaram o ministério em casa, com outro personagem. Por meio de seu líder na Câmara, Mário Heringer, o partido ensaiou um chororô dizendo que Lupi não merecia isso, que foi tudo mal conduzido e que o partido pode até virar independente.
Agora Lupi deve voltar a cuidar do PDT com exclusividade. Como presidente nacional da sigla, vai seguir articulando, e quem sabe, preparando o terreno para 2026. Já o novo ministro tem a missão de desatar os nós deixados pela crise no INSS e evitar que mais bombas explodam nos contracheques dos aposentados.