Parece que Lula decidiu mexer mais uma peça no tabuleiro do seu ministério. O nome da vez é Márcia Lopes, a londrinense que já ocupou o Ministério do Desenvolvimento Social, lá no segundo mandato do petista. Agora, ela foi convidada para assumir o Ministério das Mulheres, no lugar de Cida Gonçalves, que, vamos combinar, andava mais enrolada do que fone de ouvido esquecido na bolsa.
A confirmação do convite veio da própria Márcia, que já tem passagem marcada para Brasília na segunda-feira. Vai ser lá, cara a cara, que ela deve formalizar a entrada na pasta. E olha que o momento é daqueles: troca de ministra em meio à tal da “reforma ministerial” que o governo vem fazendo.
Por que a troca? Bem… fontes nos corredores do Planalto andam dizendo que Cida Gonçalves perdeu a mão. Sua gestão virou motivo de comentários nada elogiosos, até dentro da própria base aliada. Teve um áudio vazado em que Cida dizia que costuma interromper agendas para atender a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Márcia, entra como alguém que tem histórico no setor social e, assim como Gleisi, conhece a máquina pública e acima de tudo sabe onde está pisando. Não é de hoje que ela circula nos bastidores do poder, e talvez seja exatamente disso que o Ministério das Mulheres esteja precisando agora: menos assessoria de imagem e mais trabalho de base.
Márcia Lopes, veterana da política e do serviço social é nascida em Londrina e formada pela Universidade Estadual de Londrina. Aqui já foi secretária de Assistência Social da cidade nos anos 90, vereadora de 2000 a 2004 e ministra em 2010.
Márcia é irmã de Gilberto Carvalho, figura carimbada nos tempos em que Londrina ganhou destaque durante os governos petistas.
Foi chefe de Gabinete Presidencial durante os oito anos de Lula na Presidência da República, além de Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e atualmente exerce o cargo de secretário de Economia Popular e Solidária.
Gilberto Carvalho, conhecido por sua proximidade com Lula e por seu apelido curioso, "seminarista", também é conhecido por acusações. Desde a época de de Celso Daniel, até ser acusado por um delator da Odebrecht de solicitar R$ 200 mil para a campanha de sua irmã, Márcia Lopes, à prefeitura de Londrina em 2012.
Entre polêmicas do passado e uma boa dose de currículo no setor social, Márcia Lopes retorna ao centro do tabuleiro político com a missão de dar nova cara ao Ministério das Mulheres, ou pelo menos, tirar o ministério das páginas de bastidores constrangedores.