Imagine uma fila com 186 mil pessoas aguardando por consultas especializadas. Pois é, essa é a realidade em Londrina. Estamos falando de quase um terço da população esperando por exames, procedimentos e atendimento com especialistas na rede pública de saúde.
Não é de hoje que a fila do SUS é um problemão por aqui. Mas agora, finalmente, a Prefeitura quer descobrir quem ainda está nessa fila, desde quando e por quê.
Para isso, entrou em cena o sistema "Clica e Confirma". De acordo com o prefeito Tiago Amaral e a secretária de Saúde, Vivian Feijó, zerar a fila virou prioridade. Mas antes de sair contratando prestadores, é preciso entender se esse número de 186 mil pessoas é mesmo real.
Acontece que, segundo a Secretaria, tem muita gente nessa fila que já nem deveria estar ali. Tem paciente que resolveu o problema por conta própria, foi atendido em outra cidade ou por plano de saúde... e, infelizmente, há também os que não resistiram à espera e vieram a óbito.
E tem mais: 30% dos pacientes agendados simplesmente não comparecem. Isso mesmo. Um em cada três, depois de marcar consulta ou exame, não aparece no dia.
O “Clica e Confirma” é tipo um pente-fino digital, um F5 (atualiza) na base de dados. A ideia é simples: o paciente entra no site saude.londrina.pr.gov.br, atualiza obrigatoriamente o número de telefone, e confirma se ainda precisa estar na fila ou se deseja cancelar o agendamento. Dá pra acessar usando CPF ou número do cartão do SUS. O sistema também mostra o histórico de consultas.
Com os dados atualizados, a expectativa é que o número de pessoas na fila diminua consideravelmente. E aí sim, a Prefeitura poderá contratar prestadores de acordo com a demanda real. Isso mesmo, contratar, porque, sejamos honestos, a rede pública hoje não dá conta de atender 186 mil pessoas.
Um exemplo de como isso já está acontecendo é o caso da fila de tomografias, com vagas sendo compradas do Cismepar. Houve um acordo: as vagas disponíveis foram compradas pela Prefeitura e, ao longo dos próximos meses, serão pagas por meio de aditivos ao convênio já existente com o consórcio.
E o dinheiro pra isso tudo?
Bom... essa é uma pergunta para o Secretário de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, Marcos Rambalducci. Afinal, desde fevereiro, segundo ele mesmo declarou, a Prefeitura está em contenção de gastos por causa de um rombo de R$ 300 milhões. Isso mesmo: trezentos milhões de reais.
E agora? O rombo realmente existe ou é só conversa para evitar alguns aumentos e repasses?