Morreu nesta segunda-feira, após a páscoa, o Papa Francisco. O mesmo que virou o mundo católico de cabeça pra baixo e ainda fazia isso com um sorriso no rosto. Aos 88 anos, Jorge Mario Bergoglio, o argentino que quebrou protocolos e falou com pobres e poderosos com a mesma tranquilidade, deu seu último suspiro na residência oficial, a Casa Santa Marta, no Vaticano.

A notícia foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, que agora assume o comando provisório da Santa Sé. E sim, já estamos oficialmente naquele momento de “sede vacante”, onde tudo para e todos ficam especulando quem será o próximo sucessor de Pedro. E aguardem por que vai dar briga interna. Como sempre.

Segundo informações oficiais, Francisco lutava contra uma pneumonia bilateral, depois de vir de problemas pulmonares desde  infância. Foram 37 dias hospitalizado em Roma antes de voltar pra casa. Mas, como a gente já vinha notando nos últimos meses, ele não estava lá muito bem. O cansaço era visível, os discursos mais curtos, a bengala sempre por perto… parecia que ele mesmo já estava se despedindo em doses homeopáticas.

Continua após a publicidade

Francisco não foi um papa qualquer, foi o primeiro latino-americano a sentar naquela pesada cadeira. Desde que foi eleito em 2013, ele fez questão de mostrar que não era só mais um papa europeu recauchutado. Veio com ideias novas (nem sempre bem recebidas pelos mais conservadores), colocou o dedo em feridas antigas da Igreja, falou sobre meio ambiente, pobreza, imigração, abuso… e tudo isso em pleno século XXI, onde o mundo vive uma eterna guerra de narrativas. Resultado? Virou ícone para uns, herege disfarçado para outros.

Com a morte do papa Francisco, a cerimônia seguirá um novo protocolo litúrgico, definido no Ordo Exsequiarum Romani Pontificis por ele próprio, em abril de 2024 e publicado oficialmente em novembro do mesmo ano. 

O Papa deve ser enterrado de quatro a seis dias a partir desta segunda-feira, primeiro dia de falecimento.

No rito especil de Francisco, diferente de pontífices anteriores, o corpo do papa não passará pelo Palácio Apostólico. Ele será diretamente levado à Basílica de São Pedro, onde ocorrerá o velório. Outra mudança importante está na forma de exposição: o corpo ficará em um caixão simples, diretamente sobre o solo da Basílica, e não em um esquife elevado, como era tradição.

Francisco também determinou alterações no modelo do caixão. Antigamente, o papa era enterrado em três urnas (cipreste, chumbo e carvalho). Agora, será apenas uma: uma estrutura única de madeira revestida com zinco.

Outra decisão inédita de Francisco foi o local de seu sepultamento. Ele optou por não ser enterrado na Basílica de São Pedro, onde repousam outros papas, mas sim na Basílica de Santa Maria Maggiore, uma das igrejas marianas mais importantes de Roma, demonstrando sua forte devoção à Virgem Maria.

Como chefe de Estado e líder espiritual de mais de um bilhão de pessoas, o funeral do Papa Francisco contará com a presença de líderes mundiais, chefes de governo e representantes das principais religiões, transformando o evento em uma grande cerimônia inter-religiosa e diplomática.

Depois começa o famigerado Conclave, com direito a fumaça branca, expectativa global e cardeais tentando se entender como se fossem participantes de um reality show religioso. E aí, o que sobra?

Um pontífice que foi amado, odiado, criticado e reverenciado. Francisco talvez tenha sido o papa mais humilde dos últimos tempos. Um homem que vai deixar saudades e muitas polêmicas.