Ontem foi realizada mais uma daquelas reuniões culturais que misturam esperança com déjà vu.
O secretário de Cultura, Marcão Kareca, convocou representantes da arte e da cultura da cidade para debater o PROMIC, programa municipal de incentivo à cultura, no que a Secretaria chamou de Escuta Pública – Diálogos com a Cultura.
Com a presença de membros do Conselho Municipal de Cultura, os fazedores de arte e cultura na cidade relembraram o que o setor cultural anda gritando há tempos: reparos nos editais e um reforço no caixa do programa.
Uma coisa chamou atenção: os protagonistas da cultura da cidade conhecem bem a realidade da Secretaria. Além de falarem muito sobre o PROMIC, pediram a estruturação da pasta e a reposição do quadro de funcionários, que hoje sofre com um vácuo de quase 30 profissionais. Enquanto os que estão por lá tentam fazer milagre com mais de um terço da equipe a menos.
Uma pena que, no evento quase inédito chamado Diálogo, poucos queriam dialogar. Na dinâmica das falas, muitos inscritos colocavam para fora suas legítimas demandas, mas logo saíam do pequeno auditório. Quando se fala, mas não se está disponível a ouvir, é difícil estabelecer um diálogo. Ainda assim, todas as participações foram válidas.
Entre um público de quase 100 pessoas no auditório Artigas, no prédio da Secretaria, foram colhidos mais de 150 pontos de pauta sobre o tema.
A diversidade de participantes também chamou atenção. Parecia uma conferência de cultura, só que em um espaço menor. Dos artistas de rua aos de palco, dos bairros ao centro, todos elogiaram o secretário e a iniciativa que a exemplo de poucos encontros, foi harmônica.
Ao final, o secretário Marcão Kareca explicou o objetivo da reunião: seguindo um pedido do prefeito, ouvir os representantes das várias vertentes culturais da cidade e registrar sugestões de melhorias para que, levando-as ao prefeito, providências possam ser tomadas.
Se o prefeito queria pautas da cultura para trabalho, a tarefa de casa o secretário fez direitinho. Agora há um "guia" diverso sobre reparos que giram em torno do PROMIC proposto por quem realmente faz a cultura em Londrina.
Agora, esses protagonistas, que acompanham o PROMIC desde 2002, mas pouco viram sobre aumento de recursos, ficam no aguardo do que o discurso pode construir.
No evento, também estavam presentes a diretora de Incentivo à Cultura, Sônia Regina Dias Branco, e a diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural, Solange Batigliana.
Representando os poderes públicos, o secretário de Governo, Rodrigo Souza, esteve em nome do prefeito Tiago Amaral, e, representando a Câmara, quatro vereadores: Matheus Thum, Sidney Mathias, Antônio Amaral e Paula Vicente.