Para quem já ouviu falar no "Massacre de 29 de Abril" ou na "Batalha do Centro Cívico", em 29 de abril de 2015, a data traz à tona lembranças fortes na gestão do então governador Beto Richa, quando um protesto contra a ParanáPrevidência foi violentamente reprimido pela polícia, em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba, deixando mais de 200 feridos.
Na última quarta-feira (26), em assembleia, os professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) decidiram, por unanimidade, intensificar a mobilização e paralisar as atividades no dia 29 de abril. Mas, desta vez, o objetivo da paralisação não tem nada a ver com Previdência.
O que está em jogo, no fundo, é o bolso dos professores e servidores públicos. A defasagem salarial acumulada desde 2015 já alcança impressionantes 47%. Os professores alegam que a data-base, que deveria ter sido paga há muito tempo, segue sendo ignorada pelo governo estadual. Com isso, os docentes da UEL se uniram para exigir o que é seu por direito: reposição salarial. E a data será simbólica para isso.
As ações vêm depois de debates no Fórum das Entidades Sindicais (FES) e um encontro com a Secretaria de Estado da Administração e Previdência (SEAP), quando o governo estadual se comprometeu a levar as reivindicações à Casa Civil, mas, até agora, nada de concreto foi feito. Segundo os professores, o governo de Ratinho Júnior (PSD) promete uma coisa, mas a realidade é outra, e isso tem gerado um desgaste imenso.
Mas calma, a luta não vai se resumir ao dia 29. Os docentes não estão apenas esperando o dia da paralisação. Hoje, 2 de abril, eles já começam a mobilização com uma panfletagem nos nove centros da UEL e uma reunião com os professores temporários. A ideia é conversar com todos da comunidade acadêmica, distribuir materiais e engajar os colegas para fortalecer a luta.
Uma assembleia foi agendada para o dia 23 de abril com o intuito de organizar a paralisação do dia 29.