O Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), deu início à instalação de armadilhas móveis para capturar javalis em Unidades de Conservação (UCs) do Paraná. A espécie, considerada exótica invasora, causa sérios danos à fauna e flora locais, o que justifica sua remoção e abate.

A primeira armadilha foi instalada na última terça-feira no Parque Estadual Mata dos Godoy.

Na sequência, o equipamento será levado para outras UCs do Estado, incluindo o Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo, em Fênix, na região Centro-Oeste. Logo após, os parques Lago Azul (Campo Mourão), Vila Velha (Ponta Grossa), Mata de São Francisco (entre Cornélio Procópio e Santa Mariana) e São Camilo (Palotina) receberão as armadilhas.

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O Governo do Estado investiu R$ 43.780,40 nesse projeto, com recursos do Programa de Conversão de Multas Ambientais, que permite a utilização de multas para a compra de equipamentos voltados à preservação ambiental.

O controle dos javalis é fundamental para reduzir os impactos ambientais, econômicos e sociais causados por essa espécie invasora. O animal se reproduz rapidamente e é um vetor de doenças que podem afetar tanto animais selvagens quanto de criação, além de representar risco para os seres humanos. Os javalis são porcos selvagens que podem chegar a pesar até 250 quilos, e foram listados entre as cem espécies mais invasoras do mundo, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Além das armadilhas móveis, o IAT já possuía uma estrutura fixa para captura nas UCs. Com esses novos equipamentos, será possível levar as armadilhas para áreas com maior concentração de javalis, como trilhas e carreiros, tornando as ações de captura mais eficazes.

De acordo com o Guia para a Gestão de Espécies Invasoras do IAT, os javalis são responsáveis por graves danos ambientais, como a destruição de vegetação e a competição com porcos nativos, o que ameaça sua sobrevivência.

A caça de animais silvestres é proibida por lei no Brasil, mas o abate de javalis é permitido em decorrência da proliferação descontrolada dessa espécie exótica, trazida ao País no início dos anos 1980. A permissão vigora desde 2013 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio da Instrução Normativa nº 003/2013.