A falta de vagas em creches de Londrina voltou a ser pauta, desta vez levantada pelo vereador Giovani Matos, que tem debatido o tema em suas redes sociais. A proposta dele parece simples: que o município compre vagas em escolas particulares, assim como acontece em outras cidades.
"Coincidentemente" a proposta já havia sido citada em campanha pelo prefeito Tiago Amaral, na época ainda candidato.
A ideia não é exatamente nova. Curitiba já adota esse modelo, e Maringá, nossa vizinha, tem cerca de 25 instituições privadas credenciadas para atender crianças da rede municipal. Segundo dados dessas cidades, nesta modalidade, o custo médio mensal por aluno gira em torno de R$ 1.300,00.
Se Londrina seguisse esse caminho, haveria impacto no orçamento? Provavelmente.
Hoje, segundo a Secretaria Municipal de Educação, o repasse de uma criança em uma instituição filantrópica da cidade é de aproximadamente R$ 800,00 por mês. Ou seja, o modelo privado poderia pesar mais no bolso da prefeitura. Talvez ajudasse a desafogar a fila da Central de Vagas, mas também ajudaria os empresários da área da educação.
O próprio vereador afirma que tem recebido relatos de administradores de creches filantrópicas dizendo que possuem vagas sobrando em suas instituições. Mas aí vem a pergunta: por que as crianças na fila de espera da Central Única de Vagas não estão sendo direcionadas para essas instituições? Essa é uma resposta que o vereador ainda não possui.
Outro ponto curioso é que o critério de proximidade da creche com a casa da família não é necessariamente um entrave. No momento do cadastro, os pais indicam três opções de endereço para facilitar a distribuição das vagas.
Portanto, não há ainda uma justificativa plausível para que o município, em período de recessão, comece a comprar vagas em creches particulares para tentar zerar a fila, que nem número real tem.